
Samuel vive em Juazeiro do norte com sua mãe, Mariinha.
Antes de morrer, ela lhe faz dois últimos pedidos: acender uma vela nos pés das
estátuas de Padre Cícero, Santo Antônio e São Francisco, seus santos de
devoção, e ir para Candeia atrás de sua avó e de seu pai, que ele nunca
conheceu. Sob o sol torturante do sertão do Ceará, Samuel parte para sua jornada.
Chegando em Candeia, a recepção de Niceia, sua avó, é um
pouco desapontadora. Com a chuva chegando, Samuel acaba se abrigando em uma
gruta, que na verdade é a cabeça da estátua de Santo Antônio que nunca foi
colocada no lugar por problemas técnicos, o que acabou desgraçando a cidade. Lá
algumas coisas estranhas começam a acontecer. Samuel é capaz de ouvir a reza
das mulheres desesperadas que imploram matrimônio ao santo casamenteiro.
Em parceria com Francisco, novo amigo e filho do coveiro,
Samuel se torna um mensageiro de Santo Antônio, quase profeta, começando a
ganhar dinheiro e revivendo a abandonada e amaldiçoada Candeia.
Com um misto de fantasia e realismo, a história se
desenvolve de forma envolvente e sem deixar nenhuma ponta solta, o que eu
achava bem difícil de acontecer, sendo um livro de apenas 166 páginas. A
leitura é leve e rápida, mas não menos surpreendente.
“ – Eu moro na cabeça e escuto os pensamentos do santo, doutor.– Ele tá tentando ajudar a cidade – Francisco interveio.– Você escuta vozes desde quando?– Desde que cheguei aqui.– Tem doente mental na sua família?– O senhor tá achando que eu tô doido? Eu sou normal, doutor! ”
Leitura
recomendada!
* Esse livro foi cedido pela Juliana Vicente e essa resenha
também será publicada no blog As Meninas que Leem Livros. Obrigada, Ju!